sexta-feira, 26 de março de 2010

Full Driver's License

Ontem finalmente tirei minha full driver's license.

Aqui em Ontario há uma sistema em 3 etapas para se conseguir a licensa plena. A primeira etapa, a chamada G1, é obtida após o teste teórico, com perguntas de múltipla escolha. Com essa licença você só pode dirigir acompanhado de outro motorista com habilitação plena e experiência superior a quatro anos, e há uma série de outras limitações. A segunda etapa, ou G2, é obtida por road test na cidade, sem acessar highways. Com essa licença você pode fazer praticamente tudo que o motorista plenamente habilitado faz, com pouquíssimas limitações. E a etapa final é a chamada categoria G, obtida por road test que inclui um curto trecho em highway.

Para saber mais sobre esse assunto, visite o site do Ministério dos Transportes de Ontario. A diferença mais significativa entre ter a carteira G2 ou a G é o preço dos seguros de carro, que é obrigatório (e muito caro) aqui.

Como nós temos experiência como motoristas no Brasil, é possível pular a segunda etapa desse processo, apresentando cópia e tradução da carteira de habilitação brasileira validada pelo Consulado brasileiro no ato da aplicação para a carteira G1.

Isso proporciona uma boa economia de tempo e dinheiro, mas também pode ser um tiro no pé. Há diferenças entre a direção no Canadá e como aprendemos no Brasil, e o excesso de confiança pode levar a reprovar no teste de direção. Aliás, os examinadores não apreciam muito esse negócio de pular uma etapa do sistema deles, por isso diz-se que são mais críticos nos road tests de quem vai por esse caminho.

De toda forma, resolvi tentar direto a carteira G. Fiz algumas aulas com um instrutor aqui, importantes para quebrar alguns vícios e ficar atento aos detalhes observados pelos examinadores.

O teste foi tranquilo, apesar de a examinadora abrir a conversa observando que eu não tinha a G2 e que "pouquíssimos candidatos conseguem isso". Eu tive 21 erros, de 30 permitidos para passar. Isso mesmo, 21 erros que a examinadora marcou na planilha dela, pra um teste de cerca de meia hora.

A maioria dos erros foram deixar de checar blind spots (virar o pescoço para verificar pontos cegos) antes de TODAS as conversões e mudanças de faixa e deixar de olhar para ambos os lados ao atravessar cruzamentos (entenda-se virar a cabeça pra esquerda-direita-esquerda, mesmo quando o sinal está verde).

Bom, o importante é que essa tarefa está completa.

domingo, 14 de março de 2010

Estamos Vivos!

Apesar do longo sumiço por aqui, nós estamos vivos!

Estamos caminhando para o final do nosso 5º mês em Toronto, e o que não falta é história pra contar desse período todo que ficamos sem postar. Vamos, então, resumir...

Passamos pelo temido inverno numa boa. Hoje começou aqui o Daylight Savings Time, equivalente ao Horário de Verão brasileiro, quando avançamos os relógios em uma hora. Isso significa que: [1] a diferença de horário para o horário de Brasília é de apenas 1 hora, e [2] o inverno já era!

É verdade que esse inverno foi muito ameno para os padrões canadenses. Enquanto os EUA e a Europa sofreram com fortes nevascas, aqui em Toronto tivemos poucos dias de neve. Ainda bem que pudemos passar o Ano Novo em Ottawa, a convite do Cláudio, pra ver o que é neve de verdade.

Fizemos novas amizades por aqui, especialmente com os brasileiros que como nós estão batalhando pra se estabelecerem, e sempre ajudando uns aos outros.

Depois de passar por programas de apoio ao imigrantes, como o NOW e o SCAPE, desde Janeiro estou procurando emprego. Não é uma fase muito fácil, pois se de uma lado a falta de experiência canadense dificulta o acesso às vagas mais qualificadas, tenho sido visto como overqualified para as posições mais entry level. A solução? Perseverar e especialmente criar networking, porque no final das contas a indicação (referral) é o meio de recrutamento mais utilizado.

A Fabiana continua aplicada às aulas de inglês, e melhorando a cada dia. É interessante que ela aprende na escola coisas sobre a cultura do país, e volta e meia volta pra casa com uma estória pra compartilhar - desde a origem do Valentine's Day até o processo de extração e beneficiamento do Maple Syrup! É um barato...

Outra experiência interessante foi acompanhar as Olimpíadas de Inverno, ainda que pela tv (não, infelizmente não fomos pra Vancouver). Aliás, não deixe de ver aqui a propaganda do governo de British Columbia para promover o turismo. É sensacional!

Apesar da avalanche de medalhas de ouro conquistadas pelos canadenses, até o último dia faltava a medalha que realmente importa pra eles: ice hockey. A vitória contra os EUA, com Golden Goal na prorrogação marcado pelo Sidney Crosby, o prodígio queridinho dos crazy cannucks, foi demais! A empolgação das pessoas e a festa em downtown é comparável ao que aconteceria no Brasil se a seleção ganhasse a Copa do Mundo sobre a Argentina, com Golden Goal do Kaká...

Por falar em propaganda boa, eis uma obra de arte. Se neve e imigração são marcas desse país, certamente o Tim Hortons também é, e essa peça é uma aula de publicidade.

Ah, finalmente encontrei um curso de inglês subsidiado pelo governo para o nível avançado, que realmente me ajude a progredir. Começou há duas semanas o english training que é parte do programa de bridging da York University. Não sei quão bom vai ser o programa, mas até agora tem sido excelente. No segundo semestre começa uma nova turma, então fica a dica para quem está chegando...

Bom, é isso. Todo dia aprendemos alguma coisa nova, e continuamos na batalha.