terça-feira, 24 de novembro de 2009

Brigdging Programs

Enquanto a Fabiana segue com suas aulas de inglês, numa imersão total (ninguém fala português lá, e mesmo assim ela já fez amizades), eu estou pesquisando opções de programas e cursos que possam facilitar minha inserção no mercado canadense.

Além de aperfeiçoar meu inglês para o ambiente de trabalho, acho importante aprender sobre a cultura de negócios local, o sistema financeiro e mecanismos de taxação, a infra-estrutura e sistemas produtivos, e também começar a fazer networking que realmente venha a me ser útil na minha atividade profissional.

O governo canadense custeia diversos programas de apoio ao imigrante para inserção no mercado de trabalho. Há realmente uma ampla gama de alternativas, para toda espécie de profissão. E, como diz o ditado, "para cada pé, um sapato". Por isso acho importante conhecer ao máximo as alternativas para escolher aquela que realmente se ajuste ao seu professional background e education credentials.

Alguns programas oferecem aulas de ambientação e preparação de currículos e cover letters, e dicas para entrevistas de emprego. Outros vão mais além, oferecendo cursos adicionais, mentoring (ou seja, um tutor), e até oportunidades de internship (estágio, remunerados ou não, na sua área de formacão) para quebrar a barreira da experiência profissional canadense. Esses programas são conhecidos como "bridging" (numa tradução literal, "fazendo a ponte").

Todo mundo que pesquisa sobre esse tema já ouviu falar sobre o NOW Program e o Career Brigde, por exemplo. O primeiro é um curso de curta duração (3 semanas), e que tem por pré-requisito um employment assessment e action plan to return to work, ou seja, uma espécie de avaliação das suas credenciais e um plano de ação de quais habilidades você precisa desenvolver para estar apto a entrar no mercado de trabalho canadense. O segundo é um dos mais respeitados programas de paid internships para imigrantes, em que grandes empresas contratam temporariamente imigrantes qualificados pela entidade, como uma espécie de "estagiário", com salário não inferior a cerca de CAD$2,300.00

Há, entretanto, um universo de outras opções. No próximo dia 29 de Janeiro, acontecerá a 7ª edição de uma conferência anual voltada a profissionais com formação no estrangeiro, um evento que parece ser bastante interessante. Diversas insituições de apoio a carreira para imigrantes, não só de Toronto mas também outras cidades menores de Ontario, participam do evento. Vale a pena visitar o site do evento e também do instituto que o promove.

Outra coisa que me pareceu interessante é uma comunidade dedicada a networking entre executivos, com encontros periódicos não só em Toronto (e GTA) mas também em Vancouver, chamada Happen.

Nesta semana encontrei também um programa de bridging que me pareceu interessante, oferecido pela York University. Embora seja custeado pelo governo, este tem alguns custos, como uma application fee de CAD$80. Por outro lado, é dirigido a quem já tem nível universitário, e há turmas e programas distintos por área de formação; além do acesso a todos os serviços da universidade. A universidade, além de cumprir um papel "social", ganha ao atrair para seu ambiente profissionais que podem se tornar seus alunos em diversos cursos de educação continuada.

Se alguém que já teve acesso a qualquer desses (ou ainda outros) programas puder compartilhar sua experiência, por favor deixe um comment.

1 mês!

Acabo de me dar conta de que hoje faz exatemente 1 mês desde que chegamos ao Canadá.

Parece que foi ontem. Nesse período fizemos nossos documentos essenciais; encontramos, alugamos e mobiliamos nosso apartamento; fizemos algumas amizades; decoramos o mapa do metrô de Toronto; fomos recusados em diversos applications para cartões de crédito de grandes redes varejistas; tentamos esclarecer dúvidas diversas de brasileiros que nos escreveram; usamos e abusamos do Skype; Fabiana começou a estudar inglês; eu continuo pesquisando muito sobre o mercado e programas de bridging.

E, claro, na medida do possível e interessante, continuamos postando.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Problemas no transporte público

Ontem foi o primeiro dia de aula de inglês da Fabiana. Vou deixar para ela mesma postar sobre esse assunto...

Ontem também foi nosso primeiro dia de problemas com o transporte público de Toronto. Aliás, foi um dia negro para o TTC:

Primeiro, todos os jornais publicaram (e, claro, criticavam) o aumento das tarifas programado pelo TTC para janeiro próximo, para contrapor em parte um déficit orçamentário de $400 milhões. O token, como aqui chamam o passe simples, passará de $2,75 para $3,00. O monthly pass vai de $109 para $122. Esse aumento de tarifas é muito criticado, especialmente porque cada vez mais desencoraja as pessoas a usar o transporte público e comprar seus próprios carros (que são baratos e com juros de 5%a.a. para financiamento), prejudicando ainda mais o trânsito da cidade, que já não é dos melhores.

Por volta das 11 horas da manhã, alguma coisa aconteceu na estação College (pelo que entendi houve um acidente que machucou alguém) e o metrô deixou de operar no sentido sul entre as estações Bloor e Union, um trajeto de cerca de 4 km bem em downtown. O TTC tentou compensar esse problema colocando alguns ônibus para fazer esse trajeto, mas era muita gente pra pouco ônibus - uma verdadeira aventura tentar entrar num ônibus...

Mas o pior ainda estava por vir. Depois de resolvido o problema da manhã, aconteceu outro muito mais bizarro. A avenida St. Clair está em obras de revitalização, e a companhia contratada para a obra de alguma forma estragou os trilhos do metrô, nos dois sentidos. Como resultado, desde o início da tarde até esta madugada simplesmente não havia metrô entre a Bloor e a Eglinton, prejudicando especialmente o retorno do centro para a região norte da cidade. Foi um verdadeiro caos.
foto publicada hoje no The Globe And Mail.

Nós saímos de downton às 16:30, e conseguimos chegar em casa às 19:00 (o normal é levarmos 20 minutos). Isso porque pegamos a outra "perna" do metrô em direção ao norte, até a estação Downsview, e de lá pegamos (depois de muita luta, num empurra-empurra danado) um ônibus até a estação Sheppard.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Language Assesment

Na segunda-feira passada fizemos nosso language assessment, o teste de proficiência para determinar seu nível para as aulas de inglês para newcomers pagas pelo governo. Esse teste é obrigatório para quem quiser se inscrever em um curso de inglês pago pelo governo, oferecidos em diversas instituições.

Aqui em Toronto a instituição que faz essa avaliação, custeada pelo governo, é a YMCA. Seguindo uma métrica chamada Canadian Language Benchmarks, é um teste de speaking & listening, reading e writing, em que o avaliador atribui um score numa escala de 1 a 8.

Lá mesmo no YMCA já é possível verificar onde há aulas para cada nível, em todas as escolas que oferecem o curso pago pelo governo. Não havia vagas imediatas para a Fabiana nas escolas que pesquisamos (uma delas na nossa esquina), e ela está inscrita numa lista de espera que, segundo a avaliadora, não deve levar mais que 10 dias.

Eu tive score 8, e fui informado de que não há cursos custeados pelo governo para o meu nível. As opções que me apresentaram foram alguns cursos de ELT (Enhanced Language Training) aplicados a determinadas áreas de atuação profissional (área médica, finanças e negócios, engenharia, etc.) para familiarizar com os respectivos vocabulários e jargões. Estive olhando as opções de ELT, e todas elas têm como requisito mínimo para ingresso níveis de proficiência médios (geralmente 5 ou 6), por isso não sei se um curso desses realmente me trará benefícios.

Também perguntei sobre a oferta de cursos de francês para newcomers aqui em Toronto. Infelizmente não há cursos de francês pagos pelo governo em Ontario, embora haja algumas escolas com custo bem acessível.

O interessante é que, como as duas línguas são oficiais no país, para grande partes dos empregos no serviço público (e também muitas oportunidades na iniciativa privada) é necessário fluência em ambas as línguas...

Hoje percebi algo que me causou estranheza, e vou procurar saber mais: de acordo com o site do Centre for Canadian Language Benchmarks, são 12 (e não 8, como mencionado nos papéis da YMCA) os benchmarks para score. Talvez o governo não financie cursos para níveis acima do benchmark 8, e por isso a YMCA nem mencione...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Já na casa nova...

Já estamos no nosso apartamento, desde sexta-feira.

Estamos na maior função de comprar as coisas essenciais e mobiliar o apartamento, uma correria só! Somente ontem consegui instalar o modem para acesso à Internet aqui...

Depois de uma semana fria - na quinta-feira a noite chegou a nevar (ok, não foi assim a-q-u-e-l-a neve, mas era mais grosso que uma geada) com cerca de -1ºC, bem na hora em que descarregávamos as compras da IKEA (êita, caixas pesadas!) - as temperaturas subiram para agradáveis cerca de 15ºC nesse final de semana, com um sol maravilhoso.

No sábado fomos ao High Park tomar café da manhã com um casal de brasileiros que nossa host (da guesthouse) nos apresentou... foi muito legal!

Por falar na guesthouse Stonehouse on Sterling, onde ficamos: o quarto que ficamos é ótimo; a casa é limpa, comfortável, organizada, e silenciosa; o banheiro está sempre limpo, apesar de ser compartilhado por todos os hóspedes; e os hosts são simpáticos e atenciosos; é perto da estação de metrô Dundas West (5 minutos de caminhada); e o preço é acessível (negociamos preço diferenciado para a estadia de 2 semanas).
Os pontos negativos, na nossa opinião, foram: o acesso wireless à Internet, que volta e meia "caía"; a temperatura no interior da casa, que poderia ser mais alta (o termostato do aquecimento geralmente ficava em 67ºF, seja 19,4ºC); e o acesso "limitado" à cozinha, o que nos proporcionou uma dieta rica em congelados, sanduíches e fastfoods nessas duas semanas.
De modo geral, achamos que foi uma boa opção para esses nossos primeiros dias, e recomendamos a guesthouse.

Amanhã faremos nosso language assessment na YMCA, para então verificar as alternativas de cursos de inglês para o nosso nível de proficiência. Vamos ver no que dá.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Pegamos as chaves

Hoje pegamos as chaves do apartamento que alugamos, e assinamos o contrato de aluguel.

De acordo com a manager do nosso prédio, o apartamento estava limpo e tudo em perfeito estado. De fato tudo estava em ordem (com exceção de uma porta do armarinho da cozinha, que acabou de ser trocado), mas definitivamente nosso conceito de "limpo" é bem diferente do deles... então, mãos à obra pra faxina! Como o apartamento não é muito grande (pouco mais de 50m²) e ainda está vazio, até que foi rápido limpar tudo. Agora sim nosso novo lar está tinindo...

Amanhã vamos alugar uma carro pra levar nossas malas daqui para o apartamento, e também comprar (e carregar) algumas coisas básicas, como louças, roupa de cama e pequenos eletrodomésticos. Na sexta-feira chega a nossa cama (a Sears nos ligou hoje para confirmar a entrega), e na próxima quarta-feira chegam outros móveis que compramos ontem.

Na segunda-feira fomos à maior loja "TheBrick" (na Dufferin) para conferir as opções e aplicar para o cartão do loja, que permite postergar o pagamento em muitos meses. Apesar da boa vontade do vendedor e do gerente da loja em nos ajudar, não fomos aceitos. "Sorry sir, you do not qualify at this time", informou a atendente da administadora do cartão, mesmo eu tendo um cartão de crédito canadense. Disse que eu deveria tentar aplicar novamente em seis meses, quando já teremos algum histórico de crédito.

Entendemos que definitivamente não teremos histórico de crédito para nenhum desses cartões de lojas que permitem postergar pagamentos, levantamos a cabeça e retomamos as pesquisas por melhores preços para pagamento à vista. Acabamos fechando a compra de sofá, jogo de jantar, tapete e mesinha de centro numa loja de uns indianos na Bloor St. W., bem perto da estação Lansdowne. Muito boa qualidade nos móveis, preços bastante atrativos, entrega sem cobrança adicional, e total disposição para negociação foram as qualidades que nos fizeram decidir comprar com eles...

Outra coisa que já fizemos foi contratar o acesso a Internet e a TV a cabo. Optamos pela Rogers, que apesar de $10 mais caro que a Bell no total (nas cotações que fizemos), não nos amarra em long term contract (a Bell tem bom preço num contrato de 2 anos). Aqui você pode escolher entre comprar ou alugar o modem/wireless router, e por enquanto vamos alugar...

Bom, por enquanto é isso. Aqui continua frio (hoje a máxima foi 6ºC), e na sexta-feira nos mudamos em definitivo para nosso novo lar.

domingo, 1 de novembro de 2009

Definido o apartamento, vamos às compras!

Deveríamos estar postando mais, mas o ritmo por aqui tem sido forte... dá-lhe bater pernas!

Hoje fomos surpreendidos com a mudança no horário oficial. Acabou hoje o "Daylight Saving Time", equivalente ao "horário de verão" aqui no Canadá, sem que víssemos qualquer aviso sobre isso no jornal... aqui os relógios são adiantados em uma hora de Março a Novembro (mais info no link acima). Portanto, agora são 3 horas de diferença para o horário de Brasília.

Passamos toda a última semana procurando apartamento, como já comentamos no post anterior, com as dificuldades já relatadas. Nessas idas e vindas em busca de apartamentos, vimos algumas opções interessantes mais próximas a downtown, conhecemos alguns brasileiros, pesquisamos e pensamos bastante, e decidimos ficar com um apartamento na main intersection Younge/Sheppard para os nossos primeiros 6 meses.

Apesar de termos visto algumas boas opções mais próximas a downtown e também bastante perto de estações de metrô a preços mais interessantes, pesou muito na nossa escolha a conveniência do acesso indoor a metrô e supermercado. Apesar de estarmos gastando mais nesses primeiros seis meses, vamos atravessar nosso primeiro inverno canadense com essa conveniência...

Vencida essa etapa de encontrar um ninho, é hora de montá-lo... então fomos às pesquisas de preços para comprar móveis.

Acho que todo mundo que já pensou em morar fora do Brasil já ouviu falar da IKEA, empresa sueca com lojas em muitos países, famosa por preços baixos para móveis bonitinhos... resolvemos conferir, já bastante inclinados a comprar tudo o que fosse preciso lá, na próxima semana. O conceito da loja é interessante: é um self service de furniture. Praticamente não há vendedores. Você entra na loja e pegua um bloquinho de notas, e atravessa um enorme show room, com muitos ambientes montados em que cada item tem a etiqueta indicando o preço e a sua localização do estoque. Você anota no bloquinho tudo o que quer comprar, com as respectivas coordenadas no estoque. Depois você passa por dentro do estoque e pega o que quiser, e passa pelos caixas (também self service). Dá pra perder um dia inteiro dentro da loja, que tem de guardanapos a cozinha completa. Achamos muitas coisas realmente baratas, embora nem tudo aparente boa qualidade.A idéia da IKEA é oferecer design (sempre sueco) a preços baixos, com o mínimo de serviços. Tudo é montado por você mesmo, e até mesmo a entrega é cobrada (e não é barato) por fora - é muito mais barato alugar um caminhãozinho por um dia.

Tendo a IKEA como referência, passamos então a procurar outras opções. Ontem fomos até a Sears e fomos surpreendidos com um bom atendimento, o que não é muito comum por aqui, pelo menos para os nossos padrões.

De modo geral, o atendimento dos vendedores é muito ruim. Eles não estão muito preocupados em envolver o cliente e explicar sobre os produtos; eles demonstram estar perdendo tempo ao te explicar alguma coisa que, na visão deles, o fabricante da mercadoria deveria tratar de levar ao teu conhecimento. É mais ou menos assim: "não sabe o que esse aparelho faz? procure o site do fabricante ou ligue pro atendimento ao cliente deles, enquanto eu vendo pros outros clientes que estão na fila". Como a demanda e o volume de compra é gigante (as lojas nunca estão vazias), parece que eles realmente não estão muito preocupados. Cabe registrar, uma das exceções a regra é o BestBuy, onde os vendedores tiram todas as suas dúvidas.

Bom, voltando à Sears, estávamos olhando preços de camas em promoção e o vendedor foi muito solícito em explicar absolutamente tudo. Por coincidência, ele é casado com uma brasileira, o que rendeu assunto para bastante conversa sobre o Brasil. Decidimos comprar nossa cama ali mesmo, e depois de finalizada a compra a esposa dele chegou na loja... batemos bastante papo e pegamos dicas de compras (ela indicou outra loja legal, a Winners).

Hoje conversávamos com a Maria, nossa host, sobre compras. Ela e o filho também nos indicaram algumas lojas pequenas bem próximas à guesthouse e também a TheBrick, e criticaram a IKEA pela pouca qualidade dos produtos.

Deram-nos também uma dica super relevante: as grandes lojas geralmente tem seus próprios programas de cartões de crédito (como também acontece no Brasil), e concedem condições especiais para pagamento, como parcelamentos ou maior prazo para pagamento. Em alguns casos, a cobrança é postergada para 2 anos, sem juros nem entrada!!!

Naturalmente, há algum tipo de análise de crédito para a emissão dos tais cartões, o que pode dificultar para imigrantes recém chegados. Por outro lado, é certamente uma excelente vantagem justamente para newcomers que conseguirem fazer os cartões, pois poderiam mobiliar toda a casa (que têm de montar!) e só pagar meses depois, quando provavelmente já estarão trabalhando e não apenas consumindo reservas financeiras... vale a pena saber mais, não?