segunda-feira, 30 de julho de 2007

Do you speak English?

Há algumas coisas que me provocam certa insegurança (e acrescentam um tanto de graça) nesta aventura de imigração. Dentre elas, certamente a língua figura entre os principais obstáculos a quem deseja imigrar para o Canadá.

Como já disse no nosso primeiro post, um dos fatores que influenciaram na nossa escolha pelo Canadá como destino foi a língua oficial ser o inglês (pelo menos fora de Quebec). Isso porque, com mais de 8 anos de curso de inglês, considero meu nível de proficiência avançado.

Todavia, uma coisa é ter um nível avançado como um estrangeiro, alguém que é visto pelos native speakers como um interlocutor eventual, aquele cara que fala muito bem pra se virar no dia-a-dia.

Outra coisa, totalmente diferente, é ser absolutamente capaz de trabalhar em inglês. Digo, ter condições de argumentar, contrapor, discutir, vender. Aí o buraco é um pouco mais embaixo...

Tanto eu, que sou executivo de vendas, quanto a Fabiana, que é psicóloga, temos como essência das nossas profissões a comunicação. Portanto, se quisermos (e queremos!) atuar nas nossas profissões, desenvolver a mais absoluta fluência na língua é fundamental.

Por isso, retomei os estudos de inglês no ano passado, pois não praticava a língua desde 1995, quando terminei o curso do CCAA. Agora, com a necessidade de prestar logo o IELTS - pretendo fazê-lo no dia 20 de outubro - vou intensificar as aulas e apertar o método, direcionando os esforços para o exame.

Depois de obter a pontuação mínima para ser considerado high level pelo consulado (que é 7 em cada modalidade), vou continuar estudando especialmente acompanhando jornais e podcasts de Toronto.

Já a Fabiana não fala nada de inglês. Há alguns meses tentei começar a ensiná-la, mas definitivamente não tenho as qualidades pedagógicas necessárias. Melhor confiar essa árdua tarefa de ensinar a quem sabe fazê-lo: ela hoje está tomando aulas particulares duas vezes por semana, e está bem animada.

Como eu disse, não adianta acreditar que falar inglês é conseguir tirar um bom score no IELTS. Isso é só o começo, uma obrigação processual. Penso que deve sentir-se confortável quem pode abrir o site do Toronto Star todo dia e ler sem pestanejar as notícias do dia, ou escutar tranquilamente podcasts de lá entendendo cada palavra. Venho tentando isso, e me assusto a cada dia com a pobreza do meu vocabulário... hay que estudiar!

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Sobre o mercado de trabalho

Nós estamos na iminência de pagar as taxas, preencher o formulário do processo federal simplificado e começar logo a viver também a angústia da espera pelo visto.


Pela Fabiana, aliás, já teríamos feito isso há muito tempo. Eu é que sou mais cauteloso, quero estar conhecendo tudo sobre o processo para não correr o risco de nos depararmos com qualquer problema e rasgar o dinheiro das taxas.


Um tema que tem me ocupado é, como era de se esperar, o mercado de trabalho.


Como o objetivo desse blog é compartilhar informação e experiência, quero recomendar a quem estiver começando sua pesquisa sobre o mercado de trabalho os dois sites seguintes:

- Foreign Credentials Referral Office, do governo federal canadense.

- Working in Ontario, do governo da província de Ontario.


Tenho procurado saber sobre a minha profissão e o mercado lá, saber quanto se ganha, descobrir o que posso ir fazendo daqui pra facilitar meu acesso ao mercado de trabalho por lá quando desembarcar...


Uma idéia que me surgiu nesse sentido foi buscar uma das certificações da APICS, que aqui no Brasil são conferidas pela ABAI, para quem trabalha com Supply Chain. Apesar de pouco conhecidas aqui no Brasil, dizem que a certificação é muito bem vista no mercado americano, e também no Canadá. Só que ainda não consegui confirmar essa informação, para avaliar se seria válido investir tempo e dinheiro aí. Se alguém que passar por aqui souber, por favor, deixe um comment pra nós.

Há alguns dias escrevi para algumas agências de empregos canadenses perguntando sobre isso. Um deles, de Edmonton, me respondeu que não acredita que certificações façam muita diferença para quem está contratando (exceção, claro, às profissões regulamentadas); o que realmente conta é o seu histórico profissional e habilidades/aptidões. Não é a verdade absoluta, mas uma opinião de alguém que trabalha em seleção por lá!

Bom, esse tema (carreira) merece muitos outros posts. Ao longo da nossa caminhada vamos falar mais sobre isso.

Internet, essa maravilha...

A cada dia fico mais maravilhado com o mundo de oportunidades que a Internet nos oferece.

Há algumas semanas, encorajado por relatos em outros blogs, subscrevi o e-group Canada Immigration no Yahoo. É impressionante a quantidade de informações que temos obtido pelo grupo.

Ao assinar o grupo, eu queria tentar achar respostas para duas dúvidas em especial: como é o mercado de trabalho para a Fabiana, em psicologia organizacional; e quanto à forma de comprovarmos nossa união estável.

Pois não deu tempo de perguntar! Em menos de uma semana, outras pessoas fizeram essas mesmas perguntas no grupo, e houve respostas muito esclarecedoras. Fantástico.

Até hoje não me manifestei no grupo. Não foi preciso.

O único inconveniente é o caminhão de mensagens recebidas diariamente - nem todas são do nosso interesse. Se as pessoas se atentarem a seguir as instruções básicas de etiqueta ao participar desse tipo de grupo (como atribuir topic de acordo com o conteúdo, e não enviar mensagens destinadas a um único destinatário pelo grupo) seria ainda melhor.

De qualquer forma, se você quer mesmo imigrar pro Canadá, recomendo assinar o e-group.

Foi lá que soube, hoje, da existência do recém criado (porém muito, muito bacana) blog da Camila, Folha do Canadá. Assim como nós, ela também vive em união estável e quer ir pra Toronto.

domingo, 8 de julho de 2007

Imigração x Carreira

Infelizmente não tenho conseguido ler tantos blogs quanto gostaria de brasileiros que imigraram (ou como nós, estão a caminho) para o Canadá.

De qualquer forma, em muitos daqueles que consegui visitar, vi alguns posts frisando que o candidato a imigrante deve estar ciente de que dará passos pra trás na carreira profissional. Isso me incomoda. Por isso vou escrever um pouquinho a respeito.

A impressão que tive (posso estar redondamente enganado) é que há um sentimento geral de que o preço a pagar pela melhor qualidade de vida num país de primeiro mundo como o Canadá é aceitar que não se estará apto a competir naquele mercado de trabalho quando lá desembarcar, e portanto será preciso submeter-se a ofícios/atividades outras que aquelas para as quais você estudou e se preparou a vida inteira.

É como se houvesse uma escolha a fazer: morar no Canadá ou progredir profissionalmente.

Quero crer que as duas coisas possam ser uma só. É o que quero pra mim.

Não é que eu alimente a ilusão de que ao desembarcar nas terras geladas encontrarei um paraíso de oportunidades ao meu pleno alcance. É claro que obstáculos como a língua, o desconhecimento da cultura e dos aspectos sócio-econômicos locais, a inexistência de uma rede de relacionamentos formada etc. vão impôr grandes dificuldades na integração ao mercado de trabalho canadense.

Todavia, essas dificuldades já as identifico desde aqui. Desde já podemos trabalhar para minimizar seus efeitos - dedicação vigorosa ao estudo da língua, estudo da história e acompanhamento dos acontecimentos pelos jornais de lá, fóruns de discussão sobre temas da minha profissão por lá etc. Não é nada fácil, mas há alternativas, ações concretas para se tomar.

Enfim, espero que viver no Canadá me proporcione progresso profissional. Essa satisfação é parte importante do meu conceito de felicidade, e queremos viver felizes por lá.

O sistema político do Canadá

Como o objetivo aqui é compartilhar, esses dias recebi por e-mail um convite para um palestra da Governadora Geral do Canadá (será na próxima terça-feira, 10/07/07, em São Paulo). Como sou curioso, quis saber que apito toca a "Governadora Geral". Quem tiver a mesma curiosidade, veja aqui a sua biografia e atribuições.

Esse convite me despertou o interesse por conhecer melhor o sistema político canadense, vou pesquisar a respeito. Quem passar por aqui e quiser contribuir, por favor deixe seu comentário.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

No princípio eram as trevas

Em janeiro deste ano de 2007, conversava com a Fabiana (minha namorada, se é que assim devo chamá-la, pois moramos juntos já há dois anos) sobre minha intenção de morar no exterior. Pensava em ir pra Europa, buscar oportunidades de crescimento profissional, estudar, conhecer uma outra cultura e um outro continente. Imaginava que a Inglaterra fosse um bom destino, já que minha habilidade com a língua inglesa facilitaria a guerra.

Era só um devaneio, uma proposição assim solta no ar. Afinal, podemos nos propor isso - somos um casal jovem, ainda sem filhos, com curtas mas intensas experiências profissionais, academicamente bem qualificados; nada teríamos a perder senão alguns anos de carreira profissional, se não lográssemos êxito em adaptar-nos, prosperarmos e sentirmo-nos felizes nessa nova vida.

Num belo dia na praia, compartilhando essa idéia com um grande amigo, ele me sugeriu o Canadá como destino, e me recomendou estudar a respeito daquele país. Foi o que fiz.

Ficamos encantados pela Canadá - sua multiculturalidade, suas belezas, seus indicadores sociais, sua pujança econômica, suas perspectivas.

É um país economicamente sintonizado aos EUA, a maior potência econômica do mundo, mas completamente distante da xenofobia e mania de superlativo dos americanos. É um país culuralmente sintonizado com a Europa: a começar, o Chefe de Estado do Canadá é a Rainha da Inglaterra! Metade do país fala francês, e a parte que fala inglês o faz com acento britânico!

Muitos mais que esses atributos, é claro, permearam as nossas discussões sobre os nossos planos. Mas um belo dia, decidimos.

Decidimos que queremos viver no Canadá.

Hoje em dia passamos bastante tempo estudando sobre o Canadá e o processo de imigração. Buscando informações que o governo, as entidades, as pessoas, enfim, compartilham com quem quer que as procurem através dessa ferramenta fantástica que é a Internet.

Há poucos dias encontrei, nem lembro exatamente como, o blog do Daniel e da Raquel (www.cravoecanelanocanada.com). Lendo sobre a história deles, os sonhos e as perspectivas deles, e que são comuns aos nossos, percebi que esse compartilhar é fundamental. Obrigado, Daniel e Raquel, por nos proporcionar esse despertar.

Compartilhar aproximas as pessoas, reúne idéias, exprime emoções. Nos faz amigos, companheiros, e provavelmente mais bem sucedidos na nossa caminhada.

Por isso, meus caros, publicamos esse blog. E seja o que tiver de ser!